A Juiza sagrada e a Pomba Gira do Pecado
Uma imagem já se disse vale mais do que mil palavras, mas para desencargo reflitamos um pouco.
Diariamente convivemos com o Sagrado e o Profano, a Paixão e o Juízo, Desejos e Renúncias, que polarizados nos empuram para uma ponta ou para o seu oposto, Seja para incitar, como detonador da atitude, agente ativo ou como passivo, que submete o sujeito ao comando do poder do desejo, do pecado, da Razão, Renúncia ou Libertação.
A pomba gira nos ronda e no empurra para o profano de forma tão sagrada quanto quando o sagrado nos empurra para o profano para que possamos nos libertar do opositor. A luta entre os opostos que residem em nós.
A jovem que incorpora a pomba gira não é apenas o símbolo do pecado, mas dos desejos que nos envolve com seu canto encantado de prazer e saciedade.
A juíza não é mais apenas a mulher que traz a fonte do renascimento e da maternidade, mas a mão pesada que condena o erro e a inconsequência criminosa.
Enquanto uma nos empurra para o confronto com o desejo ou para a submissão ao profano, nos permitindo a chance da libertação ou a condenação ao aprisionamento nas compulsões, a outra liberta condenando o erro, o equivoco, a insanidade, pois empurra o sujeito para o aprisionamento e condenação impedindo o erro e a insociabilidade.
Eis, o carnaval entre o Profano e o Sagrado, e a luta entre os opostos para a libertação na União. Quando conseguimos detectar estas pulsões internas e passamos a administra-las para integrá-las, nos afastamos da instabilidade pusilânime dos desejos, que nos livra de sucunbir no inferno das paixões.
Não há caminho senão através do confronto entre a consciência e a inconsciência dos desejos.O inconsciente anseia pela libertação que a consciencia pode representar.
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