segunda-feira, 29 de março de 2010

MULHER BOMBA

  


FANTOCHE do masculino deformado

Mulher-Bomba é a negação de todo sentido de existência da mulher. É o significado de um processo de distorção, deformação e degeneração. A mulher tem sua natureza caracterizada como guerreira na sua origem. Mas como guerreira ela reafirma a natureza voltada para a vida. Como mulher bomba ela se metamorfosea e se recria na negação de sua origem como matriz, geratriz da vida.

A vida moderna abriu o espaço necessário e devido para que a mulher pudesse se expressar e se realizar em toda a sua potencialidade, mas se o feminismo veio libertá-la do jugo machista, e até lhe permitir  a possibilidade de se fazer objeto do desejo masculino por opção, o Terrorismo machista, aquele  que nega à mulher o direito em  sociedade tradicionalistas e conservadores, que nega-lhe o direito à igualdade, ao voto, mostra a sua pior face, a face que profana a mulher e a desrespeita usándo-a como disfarce  destrutivo, como um meio que justifica seus delírios destrutivos e, revanchistas.
Como respeitar grupos que  manipulam mulheres para que elas ajam de forma destrutiva, destruindo vidas inocentes em nome de bandeiras que acreditam justas, mas que se mostram apenas tribais.
Só mesmo para conquistar a admiração de quem não respeita-lhe os direitos para que elas se submetam à tarefa de destruir a vida que ela como matriz produz.
Já temos mostras históricas do poder beligerante e irracional dos terroristas, mas produzir mulheres que renegam sua natureza porque precisam se reafirmar como pessoas mesmo que se neguem como mulheres é a reafirmação da bestialidade na civilização moderna é o sinal de que enquanto ansiamos pela transformação humana, perplexos descobrimos que o primitivismo ainda impera no século XXI

Mulher Fantoche, projeto infeliz que se realiza na estupidez masculina
e que reafirma seu destino trágico na renúncia de sua natureza sagrada.

Simplesmente, TRÁGICO!

YOKO ONO



instalação "Ex It"  -1997
Valência Espanha


"Com a arte podemos entender melhor a complexidade da  Vida" 
Yoko


Naquele dia eu chorei,  não apenas por John, mas pela humanidade desumana que assassina seus melhores representantes, que não sabe identificar o joio do Trigo, que alimenta a mediocridade.
Yoko enriqueceu a vida de John, que enriqueceu nossas vidas com suas mensagens. Sempre admirei sua dignidade, sua complascência com os tolos, e nunca compreendi
a intolerância  e a necessidade de destruí-la.
Yoko é Ono.
Obrigado, Yoko! 

domingo, 28 de março de 2010

MOEMA NASCIMENTO

Moema

Recebi o livro de Moema Nascimento, amiga querida, com alegria de ver sua obra publicada e divulgada. Moema é mulher de fibra, de uma linhagem espanhola de mulheres "Carmem", guerreiras apaixonadas, determinadas, solidária e reservadas, competente, dedicada à arte do restauro, que mantém viva em nós a imagem que espelha a riqueza do passado. Mas não se enganem, ela tem o olhar voltado para o futuro mesmo quando passa dias, enclausurada, no seu atêlier afastada do mundo mas reconstruindo a nossa alma coletiva.




Caríssima Moema é prazer e alegria poder postar seu livro, fruto de seu trabalho dedicado e minucioso, de anos voltados para  o restauro. Me sinto honrado pelo seu agradecimento, registrado nesta obra, por ter participado de forma singela, no apoio estratégico e pessoal.

A obra pode ser encontrada na internet pelos interessados.

É trabalho que veio para enriquecer a arte e écaminho da artista para o seu  DOUTORAMENTO.

                                                                      Parabéns!

sexta-feira, 26 de março de 2010

BRUXAS E TROVADORES II



A Bruxa -Salvator Rosa -  1649
Coleção Privada -  

Possivelmente nunca as mulheres tenham estado, para os homens, tão próximas da representação da bruxa quanto nesses tempos modernos. É claro que a puxada para uma margem é compensada com uma puxada para a outra margem. Portanto o conceito só sobrevive se a contraposição for verdadeira: Nunca, em todos os tempos, a mulher foi tão valorizada, adorada e desejada.

As situações de polaridade sempre se mostram muito perigosas porque quanto menores as diferenças ou quanto mais próximos estamos de um ponto comum entre as margens menores são as distancias entre os lados opostos. E quanto mais radicais são as diferenças maiores são os abismos que separam as margens.

Este pode ser um dos riscos que a mulher corre na atualidade: Se superestimar em um grau de adoração que acabe se convencendo de sua superioridade em relação aos homens (numa sociedade igualitária). Dessa forma ela repete o machismo masculino do passado incorporando o pior dos homens e se transforma na bruxa inacessível, poderosa e destruidora em nossa era.

Todos possuem um lado sombrio e pessoal. Mas quando este lado é realçado por uma força coletiva que prevalece, favorecendo o afloramento de nossos fantasmas, ficamos sob o poder das tirânicas pulsões do imponderável inconsciente.

Assim vemos, no dia a dia, a mulher como em permanente batalha contra os homens. Elas se justificam na tirania machista e na defesa da igualdade, mas acabam sendo mais competitivas e guerreiras do que os tolos portadores do “Falus” aeternus.

É necessário superar as defesas neuróticas que afastam o individuo de seu eixo, para que se diminuam as distâncias das margens que separam os opostos, só assim se pode ficar livre das polarizações que induzem à instabilidade psíquica e que nos separam da plena integração em nós e em nossa relação com o mundo.

QUANTO MAIS ELAS EVITAM

MAIS PARECEM SE TRANSFORMAR EM BRUXAS

Estica a pele, o rosto, levanta os peitos, lipa a barriga,
 pinta os pelos, as unhas, encha a bunda, troca os peichos,
esconda as mãos...

A bruxa só pode ser dissolvida quando o lado mórbido for desativado, e incorporado ao todo, caso contrário, independente da roupagem, e das máscaras, ela continuará viva por trás de um sorriso indecifrável de Mona Lisa... rindo de si própria enquanto chora a angústia do trágico destino.

quinta-feira, 25 de março de 2010

BRUXAS E TROVADORES



Théodore Chassériau - Macbeth e as três bruxas  -1885
Musée d'Orsay - Paris

No século XII a Igreja temendo que o comportamento de exaltação e adoração à mulher realizada pelos trovadores comprometesse a autoridade sacerdotal e masculina e levasse à perda do poder eclesiástico, realizou um movimento estratégico: passou a atribuir aos trovadores o mesmo julgamento que imputava aos hereges e incorporou a adoração da mulher, personalizada no culto dos trovadores, como adoração de Nossa Senhora, a Virgem. Consubstanciou o profano em sagrado, ou, sacralizou o profano simbolizando-o numa imagem imaculada como prática e ritual de adoração.
Jung escreveu:

                    Essa assimilação à simbologia geral cristã foi um golpe de morte ao culto à mulher, que era um broto que florescia no processo do aprimoramento da alma do homem. A sua alma, que se expressava na imagem da amante escolhida, perdeu a expressão individualizada quando foi traduzida em um símbolo geral.
Psycholo&cal Types, p. 292

Essa repressão ao comportamento do homem profano-Trovador e a incorporação, substituindo a adoração da mulher real pelo culto ao símbolo de mulher, representada por Maria, é para Jung um retrocesso no desenvolvimento psicológico dos homens, principalmente na dinâmica do relacionamento com a mulher na realidade, e na relação interna do masculino com o feminino. Além de desfocar a atenção das virtudes das mulheres reais, projetando a adoração no simbólico e no abstrato. Interferiu no cerne desta relação. Há, porém, uma consequência ainda mais sinistra nessa repressão: A mulher real deixa de ser adorada, passa a representar o pecado, distancia o homem de sua parceira e internamente provoca a compensação psíquica despertando o arquétipo da bruxa no inconsciente dos homens.
Para Jung:
          A depreciação relativa da mulher de verdade é... compensada por impulsos demoníacos (do inconsciente, que ressurgem) projectados sobre o objeto. Num certo sentido, o homem ama menos a mulher como resultado dessa depreciação relativa - e assim ela lhe aparece como uma perseguidora, i.e., uma bruxa. Daí a fantasia medieval sobre as bruxas, essa mácula inextirpável sobre o final da Idade Média, surgida paralelamente a - e, na realidade, como um resultado da - intensificação da adoração da Virgem.
Psychological Types, p. 293.


Naturalmente, a ação da igreja extrapola a intenção paroquial e instituncional. Ela é conduzida coletivamente pela instituição mas mobilizada por pulsões e forças coletivas intrapsiquícas e de origem  arquetipicas considerando o processo evolutivo da sociedade humana e de formação do elemento individual. Mesmo    que possa ter causado estragos na dinâmica interna do homem, o processo de mitificação da mulher poderia ter causado desastre maior. Mas... isso fica para outro dia.

quarta-feira, 24 de março de 2010

TRACEY EMIM



I've Got it All - 2000
Tracey Emim



"PARA MIM, SER ARTISTA
NÃO É SÓ FAZER COISAS BONITAS
OU AS PESSOAS DAREM PALMADINHAS NAS COSTAS;
É UMA ESPÉCIE DE COMUNICAÇÃO,
UMA MENSAGEM."


detalhe

Esta imagem, para mim, simboliza a profanação do sagrado.
Ela revela o absurdo da perda de valores valorizando o que pouco valor tem.
Insinua que a sacralização da gestação e parto paradoxalmente se converte
num parto às avessas como que injetando o insignificante no espaço sagrado da geração da vida.

Se o corpo constrói a vida,
Nós construimos o estéril e devolvemos à origem o insignificante:

Eis o absurdo da banalização.

Eis o obscuro lado absurdo da modernidade.


terça-feira, 23 de março de 2010

ANNA PAVLOVA

Anna Pavlova
  1882...1931
  Bailarina Russa

"NINGUEM PODE CHEGAR AO TOPO
ARMADO APENAS DE TALENTO.
DEUS DÁ O TALENTO;
O TRABALHO TRANSFORMA O TALENTO
 EM GÊNIO.


                                                     imagem:        http://www.ballerinagallery.com/pavlova.htm

domingo, 21 de março de 2010

TEREZINHA ARAÚJO

Terezinha Araújo


Não posso deixar de registrar o recebimento do Livro "Criatividade na Educação" escrito pela mestra Terezinha Araújo. Esta obra, fruto de anos de seu trabalho voltado para  o desenvolvimento da criatividade na área educacional, psicoterápica, desenvolvimento humano, e da  aplicação objetiva de sua formação no MICAT - Master de Criatividade Aplicada Total - realizado na Espanha.

Tive a sorte de cruzar seu caminho e ser seu aluno na minha formação como Psicólogo e posteriormente de participar ao seu lado, junto ao grupo formado por brasileiros  e argentinos, no curso de especialização ministrado por André Lapierre em Psicomotricidade Relacional.
 Terezinha é mulher guerreira, estudiosa, criteriosa e profissional exemplar, de um tipo, como dizia sua amiga Zélia - outra mulher brilhante na área de Psicologia - que sabe tocar o instrumento.



Não sei precisar a data, mas o livro será lançado, em data próxima, em São Paulo

Não tenham dúvidas é material de primeira categoria para enriquecer a humanidade na sua jornada de evolução rumo à educação e à saúde mental. Aproveito para homenageá-la e parabenizá-la por mais esta realização.

sexta-feira, 19 de março de 2010

SOUTIEN "a batalha continua"




Gabrielle d'Estrées - Com uma das Irmãs -1595
Musée du Louvre - Paris

A história do soutien (porta seios) é uma história do casamento entre dois pares,o seio e seu portador, envolvidos por amor, aprisionamento, beleza e competição. Competem para que um realce o outro, e como observadores nos resta a admiração.

Ao longo dos séculos os seios ampliaram a sua função materna para alimentar a fantasia masculina de união com o feminino, símbolo de intimidade, prazer êxtase, admiração.

Difícil dizer qual parte do corpo da mulher pode ser mais fonte de prazer para os homens.

A MULHER É UM OCEANO DE PRAZER E MAGIA,

QUE SE SUPERA EM CADA ONDA.
Os seios, sublimes na função de alimentar a vida, objeto de simbiose e aprisionamento, e exemplo da magistral gênese do corpo humano.

Quando nascemos do interior corpo feminino e atravessamos o túnel que no trás para o admirável mundo novo, somos amortecidos pelo calor do corpo e alimentados pela montanha sagrada, aromática, aquecida e fofa do seio materno. E Viveremos por, toda uma vida, acompanhados e rodeados de exuberantes seios, sedutores como faróis, que indicarão o caminho jamais esquecido da fonte do prazer e da imortalidade, ainda que temporária.
Seios sagrados, seios profanos, às vezes comprimido, esmagado, esticado, exibido, saliente, escondido, fonte dos mistérios, saltitantes, pequenos, exuberantes, e ultimamente, cada vez mais grandiosos, como se quisessem expressar a força poderosa da mulher moderna: Peitudas!
Muitas exageram, se esquecem que os seios têm limites estéticos, elas como que anseiam fazer de suas Ferrari tanques de guerra para uma batalha do imponderável.
Feitos de carne e memória, sagrados por natureza eles precisam de muito pouco, apenas serem cuidados, para manterem sua saúde e assim mantêm sua beleza sagrada.

Uma indicação

No mês do dia internacional dedicado às mulheres acontece, no Casarão Brasil em São Paulo, a Exposição “Soutien – A Batalha continua. A exposição busca conscientizar o público sobre a importância da prevenção ao câncer de mama, um dos tipos que mais atingem as mulheres no país. Promovida pela ABAPC - Associação Brasileira dos Artistas Plásticos de Colage, Curadoria de Robert Richard, e com o apoio da Associação Brasileira do Câncer.

quarta-feira, 17 de março de 2010

PODER



Aktionshose Genitalpanic 1969
Valie Export 

Todos nos arriscamos a sermos, uma hora ou outra, injustos com alguém. O que significa errarmos na avaliação, no diagnóstico do ato e do cenário e no foco da questão.
Como seres "Polarizados", oscilamos entre os extremos. Quanto mais diferenciados somos menos oscilamos, menos riscos corremos e mais imparciais nos projetamos. O oposto é verdadeiro: Quanto mais misturados maior a labilidade, mais corremos o risco de  parcialidade e de erros em avaliações e conceitos.
Um dos eventos que concorrem com a parcialidade é a intenção de dominio e a postura de poder.
Como os homens sempre foram referência de poder e domínio, oscilaram mais entre o domínio tirãnico e a flexibilidade  complacente. Nessa modernidade é comum perceber essa complacência "benevolente" com o sexo feminino ainda que o homem tenha incorporado, ao longo dos milênios, o papel de macho autocrático e protetor da família.
Neste aspecto as mulheres se mostram mais intransigentes e menos flexiveis.
Como historicamente o sexo feminino foi muito tripudiado e submetido à tirania masculina, neste momento, quando se pode falar em igualdade de direitos entre os sexos, as mulheres se mostram mais castradoras, dominadoras, autoritárias e menos flexiveis do que os homens. Ou seja, mais homens do que os homens, o que pode levá-las,  por vaidade e orgulho, a se tornarem mais tirânicas, egocentradas. Deixam de exercitar a igualdade para praticarem a superioridade. Tempos da guerra entre os sexos ainda se desenvolverão
Neste aspecto, os homens podem avançar mais do que as mulheres na maturação e no desenvolvimento de pósturas mais éticas, justas e respeitosas. E as mulheres ancoradas no papel de vítimas  correm o risco de se mostrarem mais injustas, o que contrariará a história feminina. Na realidade negará a natureza feminina na mulher realçando o pior do masculino nelas. O que na dimensão pessoal pode representar abrir a vávula do machismo feminino e fechar a torneira da feminilidade. Isto aparentemente pode não ser um problema,  mas  representará a perda de um canal fundamental para o equilibrio da natureza feminina: A conexão com o sentido mágico da vida e com o Divino Espírito Santo.
 Mas... este é o risco que todos corremos por nos afastar do eixo do divino.

segunda-feira, 15 de março de 2010

PÉ DESTAL

  Piernas prá  que te quiero

Não é segredo que mulheres enfrentam dificuldades com a existência dos pés. Essas extremidades, independente de sua funcionalidade essencial, nos colocam defronte a uma realidade inevitável: A natureza animal de nossa constituição. Muitos se sentem ofendidos quando lembrados que somos constituídos de carne, ossos, garras, narinas, essas "caracteristicazinhas" de nossa gênese.
Mulheres escondem os pés, se envergonham, chegam a deformá-los tal é o descontentamento com este orgão. Mas mesmo que as dificuldades ainda existam não há como não ver que elas caminham para, cada vez mais, incorporá-lo como objeto atração, foco de atenção, visgo e símbolo de adoração.


A relação de amor, descontentamento e dor, permanece  nessa exaltação, metamorfoseando o incômodo em objeto de fetiche sexualmente transmissível. A transformação é realizada pela capacidade feminina de adorná-los com maestria, além de colocá-lo num pedestal, o Salto alto.
Símbolo do poder, com seu bico "Dominatrix", berço de fantasias e encanto, os sapatos deixaram de ser apenas o revestimento protetor para se transformarem em peças valiosas na conquista, na exposição e personalização do sexo feminino. Revertem assim a representação negativa e incômoda para instrumento de poder, e consolidam o símbolo de identificação com a personalidade do indivíduo. Os pés deixam de serem  da Bruxa, para se transformarem, revestidos, nós pés da Cinderela, Princesa Poderosa Objeto de Desejo, simbolo da vagina que aconchega os pés fálicos, esconde o desgosto e conquista o mundo.

sábado, 13 de março de 2010

ENERGIA YANG




A vida é um espanto, não restam dúvidas.

Ao acordar, a cada dia, sinto que acordo renascendo.

Hoje por exemplo o céu estava dourado entre 5:50 e 6:00hs.

Foram no máximo 10 minutos de um esplendor dourado ao amanhecer,
sinal de dia quente, sábado ensolarado, calor e vida pulsando, pulsante.

É energia Yang, Solar, penetrando o Blog Feminino.
Se alguém sentir prazer o intento se faz realizado.

Partilho com vocês este amanhecer iluminado.

VIDA FELIZ!
 


sexta-feira, 12 de março de 2010

ELLA FITZGERALD


Cantora americana
1918...1996


"O conformismo é o carcereiro da liberdade 
e o inimigo do crescimento."


quinta-feira, 11 de março de 2010

FLORENCE NIGHTINGALE


Florence Nightingale 1820...1910
Enfermeira Britânica


"O importante
não é o que nos faz o destino
mas o que nós fazemos dele."


quarta-feira, 10 de março de 2010

NEUROSE

Jurado nº4 espírito raposa - Daniel Lee -1994
Linz- Landesmuseun  Oberöosterreichische

O bom da saúde emocional e da maturação é que superamos as diferenças estéticas e sintonizamos a consciência perplexa  nesse admirável mundo  IN "real". Sem perder a capacidade de ficar perplexo, ainda podemos nos enrubescer frente à estranheza do mundo. As fronteiras do absurdo se dilatam e fica mais fácil observar a estranha beleza das diferenças.

Mesmo que eu saiba que o processo de crônificação da neurose transforme a estética do belo, ela como que enfeia e não tem creme nem plastificação que segure.

Diferentemente do ideal estético perseguido, através das cirurgias plásticas, como que por solução de compromisso em busca de uma individualidade diferenciada ou da imagem idealizada, a neurose é a cirurgia do retrocesso, a desconstrução do belo original, projetado pela natureza da matéria e caminho da degradação psíquica. Salvadas as raras excessões.

Essa coisa de que somos todos neuróticos é balela e justificativa de neuróticos. A neurose é patologia perigosa, agressiva, degenerativa que precisa ser superada antes que se encaminhe para a deformação psíquica e estética progetada. 

segunda-feira, 8 de março de 2010

IRENE


Irene de Melloneves -1917...2007-
Escritora
Academia Mineira de Letras


"As Mãos que Embalam o Berço

são as Mãos que

Governam o Mundo"


Abri mala pequena, frasqueira com divisórias e cantos. Me apareceu um pente grande com um pouco de poeira, fios de teus cabelos em hibernação, testemunhas vivas de tua ausência., de tua morte. Cabelos sempre sobrevivem depois que o corpo se desfaz.

Revivi teu gesto ao se pentear, cabelos brancos cacheados, esmero e determinação. Me pareceu voltar no tempo ou o tempo voltou em mim e te trouxe bem perto, mistérios presentes a me entontecer, Irene mãe. Você querida, em constante vigília nos meus dias vagamundeantes de torpor do nada saber, certamente a gravitar sobre os canteiros sonhados que não vingaram. Acordo a mente e te seqüestro em passado/presente, mãos, pés, gestos, nariz afiladinho de vestal caída em campo de contundências. Braba vida de incautos arremessos para o quase nada e tu ainda acreditavas.

Quero, mãe Irene, guardar de ti a força do querer. Herdar de ti a crença, o terço, o arquivo de sonhos que eram teus olhos. E depois, um dia entender nossos caminhos de pedras e ardores; nossas mãos marcadas dos cajados que foram se esfolando pelas estradas e encruzilhadas de armadilhas, nossa cumplicidade de umbigo justificando tudo.

Dia abafado de sol quente em estação de inverno pelo avesso. O tempo, dono de tudo, querendo me arquear as costas maduras e ainda nada sei. Apenas assisto ao compasso dos mendigos da luz que desfilam buscas e incompreensões, eu também catando Lilases e Edelweiss em pedra bruta, esperando brotar água limpa nos grotões das minhas saudades e devaneios. Herança tua, rastros teus, Irene.



Registros de filha tua em dia 8 Internacional da Mulher.
Ines de Mello





MULHER - GUIA DO POVO

  Eugéne Delacroix - A Liberdade Guia o Povo - 1830
Musée du Louvre - Paris

Dia Internacional da Mulher
Ao pensar numa imagem que pudesse, entre outras, representar a mulher neste dia internacional, fui mobilizado pela lembrança dessa imagem de Delacroix que já se faz arquetípica.
Quando a mulher empunha a bandeira e se guia pelo sentimento e pela necessidade de transformar a realidade lutando contra a Tirania, a estupidez, o descaso, a desigualdade, o desamor ela superar o seu instinto mais poderoso, mais até que nos homens, o Instinto de sobrevivência que envolve sua natureza procriadora.
Entre as imagens mais significativas desta pintura, a força à mostra dos seios cheios que indicam a mulher que amamenta o mundo.
A mulher que gera luz e amamenta com seu corpo a vida, permite à espécie sua sobrevivência, pois a alimenta com o leite sagrado e com o amor divino.
Um ser tão excepcional que, simplesmente por estas duas características, merece distinção, homenagem e reverência.
E levando nas mãos a bandeira tricolor, aponta para o futuro e referenda os princípios que devem guiar, não apenas a França, mas, a civilização humana:


 LIBERDADE é azul


 IGUADADE é branca


 FRATERNIDADE é vermelha


E a mulher... É o Arco Iris, cores materializadas em corpo...  

No Mundo  e Ao Mundo.



sábado, 6 de março de 2010

DESEJOS

   Lara Stone

A modernidade aproximou-nos, todos, da possibilidade de cultuarmos nossa natureza sagrada enquanto vivemos e nos desvencilhamos da chamada natureza sombria e Profana. E possivelmente o sexo feminino seja quem mais vem se expondo a essa ambivalência, dualidade, ou aos riscos de sucumbir e de se perder no mundo da satisfação dos desejos.

O sexo feminino sempre foi o que mais se protegeu na história da civilização humana. Foi preservado e mantido sob controle moral, repressivo, religioso e coletivo. Muitos acreditam que a mulher quando aceita o chamado se faz mais pervertida do que o homem, mais afeita aos vícios, se aprofunda mais no mergulho e se permite mais devassa do que os homens.

os homens já vivem há milênios esse embate entre a vida pecaminosa e aquela moralmente equilibrada, exercitando a disciplina e o controle, administrando o lar, a família e o trabalho, como referência de responsabilidade e compromissos e do domínio de seus atos para não se perder na satisfação no mundo dos desejos carnais.



Para Jung “A depreciação relativa da mulher de verdade é [...] compensada

por impulsos demoníacos [do inconsciente, que ressurgem] projetados

sobre o objeto. Num certo sentido, o homem ama menos a

mulher como resultado dessa depreciação relativa - e assim ela lhe

aparece como uma perseguidora, i.e., uma bruxa. Daí a fantasia

medieval sobre as bruxas, essa mácula inextirpável sobre o final da

Idade Média, surgida paralelamente a - e, na realidade, como um

resultado da - intensificação da adoração da Virgem."

Psychological Types, p. 293.

A imagem acima de Lara Stone coloca essa questão em pauta;
A mulher está colocando a corda no pescoço?
A satisfação do desejo  é um jogo mortal
 pode representar uma satisfação cujo preço seja pago pela renúncia à sanidade.
Todos acabamos pagando,  pois a chama do apelo se mostra irresistível,
sem sabermos que negociamos a alma,
mas poucos, muito poucos, sobrevivem na procura por saida no inferno das Paixões.

quinta-feira, 4 de março de 2010

INSTINTO SELVAGEM



    Angelina Jolie
Exposição de Photos de David Lachapelle
Viena

O cavalo representa a força símbolo do psiquismo inconsciente, arquétipo próximo ao da mãe, memória o mundo, memória do tempo. O cavalo branco, cavalo celeste, simboliza o instinto controlado, dominado, sublimado. Representação da conquista humana. Top de estágio. Desafios superados, dragões vencidos, exatamente porque o cavalo representa a dimensão de trevas do mundo ctoniano. Um animal maravilhoso, força poderosa, filho a noite, o mistério, portador da morte, e da vida simultaneamente, ligado ao fogo destruidor e à água vital.

Figura mítica como Pégaso representa a fusão dos planos superior e inferior, a passagem, a sublimação dos desejos e das pulsões, bem como a força dos desejos e as pulsões. Pégaso leva a Zeus o raio celeste, mesmo tendo nascido dos amores de Poseidon e da Górgona e da terra fecundada pelo sangue da Górgona.

Quando se vê a Bela Jolie próxima a um animal tão esplêndido imediatamente podemos nos lembrar do filme EQQUS (1977), retirado da peça de teatro original escrita em 1973 por Peter Shaffer, que relata a história de um psicanalista que acompanha num tratamento analítico um jovem adolescente que vive uma estranha e patológica relação de amor, fáscínio sexual e religioso por cavalos.

Para escrever a obra, Shaffer inspirou-se num crime real, que envolvia um adolescente que cegou seis cavalos. Construiu um relato fictício sobre o que poderia ter causado o incidente, sem conhecer nenhum detalhe do crime. Na década de 1970 a peça chamou atenção em todo o mundo pelo inusitado envolvimento sexual extra espécie,entre um ser humano e um cavalo, abordando um tema Tabu, a sexualidade e sua projeção patológica. Recentemente o protagonista de Harry Potter nos cinemas, o jovem Daniel Radcliffe foi tentar novos ares no teatro interpretando esse jovem atormentado na peça "Eqqus".

Humanos e cavalos sempre conviveram. Para humanos cavalos sempre representaram a força, a velocidade, arma estratégica na guerra, o transporte rápido, a superação de dificuldades, o trabalho, o domínio sobre a força instintiva e selvagem. E além disso a sofisticação, a beleza, a competição, a disciplina, a interação plena com a força sob domínio.

Daniel Radcliffe -Cena da peça Eqqus



 

quarta-feira, 3 de março de 2010

Susan Sontag


Susan Sontag
photo de Annie Leibovitz

"A inteligência é uma espécie de paladar
 que nos dá  a capacidade de
saborear idéias".


terça-feira, 2 de março de 2010

Clarice Lispector

 



Clarice Lispector (1925... 1977)
Escritora brasileira


Minha força está na Solidão.
Não tenho medo nem de chuvas tempestivas
nem das grandes ventanias soltas,
pois eu também sou o escuro da noite




segunda-feira, 1 de março de 2010

Betty Friedan


Betty Friedan
Escritora americana
(1921...2006)


"Quem sabe o que as mulheres poderão chegar a ser

Quando finalmente forem livres delas mesmas".