sábado, 6 de março de 2010

DESEJOS

   Lara Stone

A modernidade aproximou-nos, todos, da possibilidade de cultuarmos nossa natureza sagrada enquanto vivemos e nos desvencilhamos da chamada natureza sombria e Profana. E possivelmente o sexo feminino seja quem mais vem se expondo a essa ambivalência, dualidade, ou aos riscos de sucumbir e de se perder no mundo da satisfação dos desejos.

O sexo feminino sempre foi o que mais se protegeu na história da civilização humana. Foi preservado e mantido sob controle moral, repressivo, religioso e coletivo. Muitos acreditam que a mulher quando aceita o chamado se faz mais pervertida do que o homem, mais afeita aos vícios, se aprofunda mais no mergulho e se permite mais devassa do que os homens.

os homens já vivem há milênios esse embate entre a vida pecaminosa e aquela moralmente equilibrada, exercitando a disciplina e o controle, administrando o lar, a família e o trabalho, como referência de responsabilidade e compromissos e do domínio de seus atos para não se perder na satisfação no mundo dos desejos carnais.



Para Jung “A depreciação relativa da mulher de verdade é [...] compensada

por impulsos demoníacos [do inconsciente, que ressurgem] projetados

sobre o objeto. Num certo sentido, o homem ama menos a

mulher como resultado dessa depreciação relativa - e assim ela lhe

aparece como uma perseguidora, i.e., uma bruxa. Daí a fantasia

medieval sobre as bruxas, essa mácula inextirpável sobre o final da

Idade Média, surgida paralelamente a - e, na realidade, como um

resultado da - intensificação da adoração da Virgem."

Psychological Types, p. 293.

A imagem acima de Lara Stone coloca essa questão em pauta;
A mulher está colocando a corda no pescoço?
A satisfação do desejo  é um jogo mortal
 pode representar uma satisfação cujo preço seja pago pela renúncia à sanidade.
Todos acabamos pagando,  pois a chama do apelo se mostra irresistível,
sem sabermos que negociamos a alma,
mas poucos, muito poucos, sobrevivem na procura por saida no inferno das Paixões.

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