quarta-feira, 23 de junho de 2010

PORQUE ELAS AMAM SOCIOPATAS IV


Já não sou mais amante do cinema como no passado, o pouco tempo obriga-me a outras escolhas, mas não deixo de acompanhar um pouco do que é produzido. Outro dia, por exemplo, pude assistir a um episódio da série CSI – Investigação Criminal. Gosto da série, reduzidos conflitos pessoais, em dois extremos, competições sociais, de um lado e assassinatos do outro. Investigações criteriosas nas reconstruções de realidades, feitas com certa objetividade e detalhamento. Só tenho dúvida se os casos são pinçados da vida real ou construídos para a ficção. Mas, mesmo que sintéticos me parecem interessantes!

Esse, em especial a que me refiro, relatava a morte de um sujeito dono de Cassino em Las Vegas encontrado morto na escadaria de sua mansão numa noite de 5ª feira, pela esposa. O sujeito era dominador, controlador, manipulador, chantagista, sequestrador, etc., entre outras características possíveis a um sujeito voltado para explorar a fantasia, a compulsão e a magia dos números na imaginação humana.

O sujeito sofria de infantilismo, a prática de comportamentos regredidos à infância. Na noite de 5ª feira se dedicava à satisfação de seus desejos patológicos. Tinha controle de uma mulher jovem e bonita, de quem havia retirado o filho ainda bebê, que o assistia como a mãe, vestia-se como matriarca, dava-lhe de mamar nos seios, limpava suas sujeiras, dava-lhe palmadas e o repreendia, cantava para ninar e fazia-o adormecer.

O estereótipo de uma vivência não consumada, ou consumada como rejeição. Em uma dessas seções, o sujeito descompensa, sai do controle e gritando que queria voar, pula da sacada da casa, vindo a encerrar sua tragédia humana.

Mas um detalhe chamou-me a atenção, e que me leva a relatar esses fatos. O investigador, à procura de respostas, entrevista sua mãe, uma senhora idosa, que não via o filho, suicida, há sete anos, hospitalizada e acamada, solta essa pérola:

MINHA MÃE DIZIA:

SE QUERES FAZER DA CRIANÇA UM HOMEM

NÃO LHE OFEREÇA OS SEIOS.
E completou:

O MUNDO HOJE ESTÁ ASSIM,

PORQUE AS MULHERES MIMAM SEUS FILHOS.
Claro que a afirmação me soou conhecida. O cinema para mim é diversão, No passado, gostava de filmes ditos de “arte”, mas hoje os evito. Em geral, parecem-me pretensiosos e cansativos. Nada espero além de entretenimento. Mas escutar uma frase como essa me formou um silêncio instigante.

Ela é a afirmação que venho sustentando: a de que a Sociopatia se inicia no desenvolvimento do feto como resultado de rejeição materna ainda na formação do feto e consolidada no impedimento da formação de uma relação de simbiose que permita ao individuo a sua sustentabilidade como organismo e a sua configuração com um individuo capaz de estabelecer relações interativas afetivas.

Como o sujeito não consegue essa vinculação com a mãe, acaba desenvolvendo relações sociais que não se consolidam na afetividade e consequentemente não estabelece relações de afeto, mais profundas, com o sexo oposto. E como uma ilha se perde no seu projeto pessoal isolado, ressentido, vingativo... Fracassado, realidade que será compensada pela conquista do poder como autoridade ou de forma destrutiva evoluindo para a psicopatia.


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