domingo, 7 de fevereiro de 2010

BELEZA PLÁSTICA



Vanitas, Bernaro Strozzi,1630,
Museu Púchkin - Moscou

O Tempo é implacável, independente de nós, nos transforma e a transformação é oxidação que enferrugem a carne como o ferro. Não há escape. Em nosso tempo o escape são as transformações pláticas que os cirurgiões promovem, mas em geral  se mostram infelizes pois dão a ilusão de corregir quando na verdade deformam, com raras exceções.
Neste aspecto a armadilha de corrigir o belo consegue agir de forma mais devastadora do que a oxidação do tempo.
O tempo que transforma permite a lapidação interna, a lapidação do espírito, o que faz o feio belo, o frágil forte, sem perder a relação com a origem, pelo menos antes que sejamos todos devorados pelo fogo dos crematórios ou pelos vermes que habitam a terra. 
Vanitas tem sentido já que mostra essa tragédio vivida por todos: A consciência do belo e a implacável ação do tempo sobre nós. para evitar os conflitos narcísicos e o sofrimento do espírito só aceitando a transformação para se libertar do fracasso nascísico nesta batalha perdida, e poder, pelo menos, viver em paz de espírito.

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