terça-feira, 11 de maio de 2010

INGRID E O LOOPING EXISTENCIAL



   Ingrid em Viver a Vida


Essa madrugada acordei dentro de um sonho e despertei. Sonhava com Ingrid. Eu me aproximei dela e lhe disse: Não sofra, não chore, deixe seus filhos seguirem seus destinhos, nada vale essa intolerância, siga o seu caminho e deixe que eles sigam o deles. Ela olhou para mim com um olhar terno, do tipo me socorre e TOIIIIM! acordei.

Todos temos dentro de nós um monstro chamado Ingrid. Para quem não identifica, Ingrid é a personagem de Natália do Vale na novela Viver a Vida da Rede Globo de Televisão. Uma mãe que se mostra intransigente, intolerante, arrogante na defesa dos seus filhinhos gêmeos trintões, um médico e outro arquiteto que anseiam o encontro afetivo e o acasalamento e a saída de casa.

Um deles, apesar do verniz, é o espelho da mãe: o arquiteto. E o outro menos evidente, escapa na mania fantasia do humor, na busca de uma mulher que se faça sua filha. Na história arrasta um relacionamento com uma alcoólatra que o aprisiona através do alcoolismo, até que ambos se afastam da neura e o moço encontra na cadeirante o caminho para projetar o seu amor e se libertar da sua “doença”.

A mãe, pobre coitada, sofre, que nem cão chupando manga, ao ver um filho se associando a uma cadeirante e tudo o que isto pode envolver e o outro se associando em princípio com uma prostituta (personagem construído com inconsistência) e no momento se vinculando a uma viúva, mãe de um menino.

A mulher não consegue se desfazer do sonho construído para os filhos, como se eles fizessem parte de uma estorinha que construiu para a sua vida. Descabela-se, agride, grita, berra, se faz invasiva, se mostra egocentrada, descompensada, e sofre.... e chora.., e entra no Looping existencial. Não aceita as escolhas alheias, o destino que os filhos escolheram e que estão seguindo, a imprevisibilidade da vida, e vai se desconstruindo como pessoa, mulher e como mãe, perdendo o sentido de viver, o humour de viver.

Mulheres como Ingrid existem aos montes, mesmo que geralmente não se mostrem tão estúpidas. As mulheres são mais inteligentes, administram melhor a realidade que as frustram em suas idealizações. Às vezes só assistem aos acontecimentos sem interferirem, ou interferem de forma mais dissimulada e mais oportunista e venenosa. Dificilmente se mostram tão transparentes, emocionais e verdadeiras como essa personagem, ou se permitem se desfazer do papel MÍTICO da “mãe” de forma tão intolerante.

A característica manifesta desta intolerância é mais masculina. Homens são mais explosivos, intransigentes e menos habilidosos para lidar com a frustração ou com a contrariedade. A vaidade das mulheres as fazem intransigentes habilidosas daquelas que não se mostram enquanto aponto os outros. A realidade mostra que este biotipo de mulher, ainda que sustente sua emoção possessiva, dominadora e castradora,  tendem a acabar exauridas pelo esforço de fazer o mundo girar ao redor de seus umbigos, doentes mal amadas e emocionalmente aprofundando o desequilibrio.

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