domingo, 2 de maio de 2010

MATERNIDADE IV

 
Então vejam a dificuldade: A mulher sai de casa e conquista o mercado.

A sociedade capitalista tem esse mérito: libertou a mulher da prisão domiciliar, do jugo machista, da dependência do sustento, do trabalho semiescravo, pois não remunerado. Eu não estou pensando nas nascidas em posses, que podiam viver como dondocas bem servidas e com acesso às conquistas dos homens. Falo da mulher comum, sem oportunidades a não ser encontrar um macho para servi-lo, dando apoio logístico e filhos.

A mulher sai de casa e conquista o mercado. Mas quando pensamos que veremos uma mulher renovada, o surpreendente acontece: a mulher se encalacra  e se debate entre aquele papel tradicional, do qual não conseguiu se libertar, e o novo mundo cheio de oportunidades, mas que exigem novas atitudes, novas posturas. Inclusive a de abrir mão de velhos parâmetros confortáveis como, por exemplo, os velhos habitos de conduzir a maternidade, de ser mãe.

Tudo bem! Em períodos de transição é necessário cautela, e Bom Senso. Principalmente porque mudanças deixam-nos sem referências. Por isso o propósito dessas reflexões. Inicio de século, primeira década já no passado, tá tudo bem tá tudo certo, mas podemos nos preparar um pouco melhor para o futuro.

Poderíamos, por exemplo, nos perguntar: A sociedade está gerando pessoas melhores do que no passado nossas avós, bisavós e tataravós geraram?

As crianças de hoje são mais inquietas ou, pelo menos, diferentes já que grande maioria vive à base de ansiolíticos, antidepressivos e outras químicas de controle comportamental. E mesmo que pareçam mais inteligentes parecem mais desassossegadas, no sentido de vibrarem, uma oitava acima, como que fora do eixo. Às vezes o excesso pode ser mais fonte de desequilíbrio do que a falta.

Naturalmente são produtos de uma civilização que sofre transformações profundas e rápidas. Se sempre convivemos com a transição que é um evento permanente na existência, no passado as mudanças permitiam tempo para a digestão hoje podem causar congestão se o cidadão se distrair.

Mas independente deste mundo conturbado em que vivemos e desta sociedade cada vez mais complexa, vamos retornar para dentro de casa, para o seio familiar para tentar refletir sobre essa mulher moderna e a maternidade nestes tempos de confusa modernidade.

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