quinta-feira, 13 de maio de 2010

LOOPING EXISTENCIAL II

   Cena de Viver a Vida

Looping existencial II


Várias foram às vezes em que me diverti com o comportamento exagerado de Ingrid, um drama originado em princípios relacionais tão básicos que acaba se mostrando absurdo, ridículo pela passionalidade. Afinal passionalidade implica em excessos, transbordamento tempestuoso. Suas explosões emocionais, sua insensatez, e... o seu sofrimento mobilizaram a minha compaixão pelos que sofrem pelas bandeiras que empunham aqueles que se esquecem de que a vida não pode ser as bandeiras, é mais , muito mais.

Provavelmente seja ela entre as personagens da videonovela,  junto com Renata, a jovem alcoólatra, o biotipo mais sensivel e humano. São elas as mais descompensadas, emocionais, passionais, sensíveis, que acreditam em si e nos caminhos passionais do coração, aquelas que não conseguem estabelecer uma relação mais harmoniosa com as mudanças da vida com a imprevisibilidade do dia a dia, com os sonhos projetadoe coma as fantasias idealizadas.

Uma é a fotógrafa que não consegue olhar para a realidade. Só fotografa o poder de sedução feminino, a mulher que se idealiza sedutora, que quer manter a juventude no corpo, na postura ou aprisionar o homem pelo olhar da fantasia.

A outra é jovem, sem rumo, perdida, frágil, inconsistente, hipersensível e narcisista e o pior: afetivamente carente e descompensada. Às vezes se faz parecida com uma perua bêbada em vias de ser abatida pelo impacto devastador da realidade.

Naquele universo, entre tantos outros maquiados, desinfectos e esterilizados, elas me pareceram as personagens mais próximas e reais. Um tipo que se pode esbarrar na próxima esquina. E por isso mesmo uma boa oportunidade de ver na pele do outro o vício que incomoda, o comportamento vicioso, passional, emocional além dos limites do equilíbrio, e as armadilhas dos conceitos que aprisionam e limitam o coração vasto e generoso dos sensíveis.

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