segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Pensamento Feminino



A autora do ensaio em momento de leitura


É novamente mudança de ano.
Dos primeiros, muito já se perdeu, no tempo e nos livros hoje fechados e guardados. A cada ano a soma de encontros e desencontros nesse mundão velho, tantos acertos ou erros, e só importa o rescaldo.

Deus menino, contrição e cheiros de manjedoura, o olhar pra dentro, e a gente nem vê como tantos Natais foram acontecendo. Novo ano chegando, reincidentes reveillons gravadas na memória, lições e aprendizado, os projetos passados na peneira e aferidos na balança, o mundo em seu compasso de moderna idade. Hoje, nos dezembros de cada um, retomamos os balanços herdados dos muitos finais de ano quando nem se pensava em finitudes.

Raízes medrando e gestando desfecho, o coração se arvorando, paisagens de festas enfartadas demandando retomadas de compasso, pois o planeta pede reflexão.

De ínfima célula pinçada nessa nossa humanidade, pondero e considero a cidade dentro do país, dentro do planeta, dentro do universo, eu a janelar o possível. O mundo em contemplação dos nossos tempos que urgem salvação e vigília, a natureza em inexorável marcha para definitivas mudanças. Tratados e convenções arquitetando manobras diante dos apelos do “resgate planetário”, os cenários nos convocando para tomadas de posição. Encontros, projetos, tratados, o Brasil da Amazônia, as potências mundiais se reunindo para decidir o destino da humanidade e bem o sabemos, tudo pode ser. Tempo do não tempo.

Ao espelho penteamos, muitos de nós, os cabelos quase brancos. No corpo ou na memória as marcas das nossas vivências e, descartados os impasses e sustos nas viradas de tantas esquinas, achamos por direito sorver um gole grande da felicidade parida das estórias consumadas, já que ainda divisamos chão à nossa frente. Despojados adereços e desvarios, outro dezembro se encerra sob os auspícios das renovadas crenças de mais um ano quando deveremos ser mais inteiros no exercício dos direitos de cada um, porque é assim que se resiste à contramão da vida

Cores e brilhos nas celebrações. Nós, cada um a viver sua festa de coração, preparando o pão sagrado da comunhão com o presente precioso e o resguardo das novas estações de esperas ou de caminhar, muito cuidado e trato. A gente madurando enquanto espreita.

Ouro, incenso e mirra. Pastores, reis, solitária estrela-guia, reverentes devoções. O ano novo chegando, passagem de ano pagã inda que buscando paz e proteção divinas. O sagrado e o profano em parceria no país do tudo pode, e é assim que teria que ser.

Riqueza simples, caminho único, claras sendas, o que será que nos restou nas bateias dos ansiados garimpos? Anjos contritos entoam hinos pastoreando a humanidade e seus destinos. Nós acendemos velas a iluminar caminhos possíveis, porque acreditamos, porque queremos ser felizes.

Aproximam-se novos dias de incertos desfechos onde tudo será possível, novamente a esperança a renascer em seu berço de incógnitas. Outro ano que se aproxima trazendo o regaço repleto de planos e nós o acolheremos em pompa e circunstância, samba e carnaval, como sempre. Cantando renovamos nossos propósitos e lavamos as escadas da alegria enquanto conquistamos degraus. E que todos possamos ser felizes, nós que somos fortes e queremos muito a harmonia e a leveza de alma.

Deusbençoe, diria minha mãe querida, e parece que a escuto.

Amém, você e nós.

FELIZ ANO NOVO DE BÊNÇÃOS E IRMANDADE.

Aos amigos, pessoas queridas e pensantes, parte boa da maçã da vida, para o ano de 2010 que nos bate à porta.

                                                                                             I.Melos.

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