domingo, 24 de janeiro de 2010

RES-SENTIMENTO





Mulher Ressentida e Magoada

Saiu no New York Post,
a estória: 
 Charles E. Phillips, de 50 anos, resolveu encerrar um caso extraconjugal que mantinha a anos e ficar apenas com a esposa. Só que ele não contava com a resposta de YaVaughnie Wilkins, a outra. A americana de 41 anos decidiu se vingar e espalhou outdoors nos EUA, em Nova York, São Franscisco e Atlanta com fotos em que ela e Charles aparecem juntos em clima romântico. "Você é a minha alma gêmea para sempre", diz ela nos outdors - um deles colocado na Broadway, coração de Nova York."

Para completar o cardápio a fêmea ressentida criou um site para  divulgar relatos e imagens de oito anos da relação. O site foi inabilitado ao acesso, ele é presidente da Oracle.

Ressentimento -sm (ressentir+mento2) 1 Ação ou efeito de ressentir-se. 2 Melindre, suscetibilidade. 3 Recordação de uma afronta, acompanhada do desejo de vingança. 4 Sentimento reservado de qualquer ofensa. 5 Lembrança dolorosa de uma palavra ou ato ofensivo.
Essa mulher naturalmente não ficou apenas no sentimento e no desejo, investiu  quase 250.000 mil dolares para operacionalizar sua vingança.

No dia 19 de janeiro postei  "Lei Maria da Penha", neste mesmo dia à tarde um homem em Belo horizonte -MG, assassinou sua ex-mulher com 9 tiros a queima roupa.Vingou pela separação e por se sentir lesado. 

Dizem que a mulher é ressentida e vingativa mas provavelmente o homem pode ser mais destrutivo por ressentimento.

A mulher que torna público seu amor de alcova, mesmo que o faça dizendo "por amor", se diferencia do homem na forma e na intensidade. Ela encontra uma forma "simbólica" de destruir o outro, de denúnciar seu engano na escolha, sua dificuldade de aceitar a rejeição e a frustração de suas espectativas. Ela realiza O SACRIFÍCIO, "sacro oficium", colocando o amado na degola pública e entregando seu fracasso ao conhecimento de todos, se penalizando e se permitindo a auto cruxificação.
A diferença do macho que mata e da fêmea que aniquila é que um o faz na destruição concreta do seu objeto de amor e o outro o faz de forma simbólica. Diferenças de patamar de consciência. Um é primitivo o outro sofisticado. um é Yang o outro Yin.
Mesmo que não vivamos "1984" de Orwell, e não saibamos  o que o sujeito prometeu para a criatura, se ela foi enganada, ludibriada, ou se quis acreditar nas juras de alcova. Aliás essa é uma tática usada por homens e mulheres em todas as áreas: dizer o que o outro quer ouvir para seduzí-lo.
Na psicologia muito se falou que a defesa ou a desconfiança são produtos de neurose. Se o foi no passado, não o é no presente. Ressalvadas as manifestações impeditivas que são expressões da patologia. Na modernidade, a cautela é sinal de sobrevivência.  É defesa na sociedade manipulativa, na ação de manipuladores e sedutores. É preciso ter pé no chão e isso significa não cair no encantamento do que o outro diz para amaciar o romântico manipulável.
Então não sabemos o que o outro prometeu, se prometeu alguma coisa, ou se ela se permitiu ser enganada. Como em relações não existem anjos, a postura dela é reativa e feita com alvo certo para se vingar. Aliás coisa muito comum hoje em dia.
Homens saem falando da frigidez e mulheres dos membros diminutos e da incompetência masculina. Tudo capricho, maneira de banalizar e de se vingar da rejeição alheia, de deixar de ser o objeto de afeto do outro, ou de sua libertação. sair da passividade do rejeitado para a postura ativa do dominador.
Caprichos! Reatividade! Indiferenciação!
Na sociedade coletiva o sexo e a intimidade deixaram o ninho dos amantes para ser partilhado por todos. É o sexo grupal onde todos participam da intimidade alheia, onde o  orgásmo é apenas conceitual. Alimenta os vitimizados que não conseguiram punir seus detratores.
A armadilha dos Vitimizados é que acabam se mostrando mais peçonhentos dos que os próprios.

Na vida podemos encontrar justificativa para tudo, para amar, desamar, odiar, ofender, aleijar, matar, dilacerar, castrar, diminuir, banalizar. As formas são múltiplas, desde as mais sutis às mais chocantes. o que diferencia é o nosso tamanho, a nossa capacidade de respeitar os direitos alheios.
No passado como no presente a força do que somos se apresenta em nossos desafios, neste aspecto a modernidade consegue ser mais cruel, ela consegue produzir ambientes límpos e assépticos, imagens de poder e de grandeza, mas no íntimo a humanidade ainda precisa avançar e superar sua natureza sombria e mesquinha.

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