sexta-feira, 9 de abril de 2010

IDEALIZAÇÃO E FANTASIAS

 
SELF

A natureza da consciência ao suprir seu sentido de continuidade, linearidade temporal e espacial e sua capacidade transcendental, preenche seus vazios e vácuos com construções imaginárias que acabam por favorecer e alimentar nosso poder de criação projetivo e imaginário.

Essa característica nos leva, uns mais outros menos, homens menos e mulheres mais, do mundo da fantasia e da ilusão, à criatividade, à construção e elaboração do simbólico e ao estabelecimento de nossos vínculos com a realidade. E nisso somos como que puxados, em decorrência dessa singularidade, a querermos viver o excepcional, como se a vida comum não passasse de banalidade.

Corremos do simples, como se comum e rotina fosse, e a cada minuto a vida nos escapa entre os dedos porque deixamos de viver o presente absoluto em troca dessa transcendente fantasia de futuro imaginário e inexistente, a fantasia de viver o grandioso.

Assim muitos se escondem na ilusão do glamour, do distinguível, do excepcional para compensar a ilusão de que são aquilo que pensam. Abrem mão do que realmente são ou deixam de consolidar suas qualidades para construírem no imaginário a idealização que pensam ser. Isto produz um vácuo seccionando a consciência, dividindo o individuo em dois seres ao duplicá-lo.

INDIVÍDUO, quer dizer indizível, indiviso. Quando fortalecemos a idealização, criamos no ser indiviso, a imagem abstrata imaginária de um ser projetável como imagem, sustentado no vácuo da psique. O indiviso se faz duplo seccionado

As fantasias são assim. Quando as criamos, sustentamos armadilhas de duplicidade numa dimensão desconhecida e frágil. Não sustentar a ilusão é caminho para a simplicidade e para evitar transtornos.

Somos, como consciência, prisioneiros dimensionais, mediando o universo interno com o externo, Esse mediador produtor de imagens, projeta o inexistente e interfere na dinamica do universo externo. O que produzimos reverbera no mundo

Imagine um caminho feito de pó, que precisamos atravessar. Quanto menos marcá-lo, menos interferências e consequências produziremos, menos confusão promoveremos na trama da vida.

Existem os que querem passar como furacão, como ventania e outros que buscam atravessar como brisa. Uns são ruidosos, barulhentos, destrutivos, outros suaves, delicados, se sustentam na leveza do ar.

Quanto menos gritamos, menos nos debatemos, menos monstros acordamos e mais suave se torna o desafio de atravessar essa realidade.

A Trama da rede da vida, no exterior visível se faz ordenada e se dinamiza ordenando-se. Nós somos levados a construir a ordenação na dimensão interior, quanto mais silêncio produzirmos mais ordenação criamos. Quanto menos fantasias criamos mais silêncio produzimos.

Homens pelo princípio de realidade são mais puxados para o exterior, enquanto mulheres pela sutiliza e complexidade de sua estrutura podem tender a níveis mais elevados de construção imaginária. Os homens aprenderam ao longo dos séculos a direcionar sua limitada capacidade para uma objetivida que fez dele pragmático e grande articulista. E as mulheres tendem a mais subjetividade correndo maiores riscos de se perderem no universo das fantasias e do imaginário.

Talves seja um dos grandes desafios da mulher moderna, ao inv´s da conquista no exterior, a superação do imaginário que a distancia da realidade "comum". Quando supera seu desafio conquista mais facilmente sua realidade.

 Se as mulheres inveés de tentarem levar os homens para  as suas fantasias, superarem seus excessos imaginários, conqusitaram definitivamente a realidade sem precisarem se masculinizar.

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